quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Olhos de vidro



"O artista cria a pintura. O poeta cria a poesia. O escritor escreve o livro.
Pequenos atos pra deixar um legado. Todos buscamos a vida eterna. Transcender a nossa geracao.
Somos a ultima geracao dos artistas mudos, poetas surdos e escritores mortos.

O artista desfigura a pintura. O poeta altera a poesia. O escritor escreve o livro.
A continuidade esta nas acoes. Eh como formar uma pilha de coisas e mais coisas aonde o que se lembra depende da sua ultima facanha. Sempre em busca de algo memoravel pra nao deixar morrer os grandes feitos do passado. Um ultimo sorriso amarelo no gatilho, apontado pra falsidade mudana e os sonhos modernos feitos de plastico.

O artista chora a pintura. O poeta nega  a poesia. O escritor escreve o livro.
E mais um dia de sol vai embora. Ja parou pra pensar quantas pessoas estiveram paradas no mesmo lugar que voce esta agora? Como seria, todo dia, olhar o amigo com olhos de vidro e emocao porcelana. Ver seu nome no obituario. Ver seus sonhos entrando em cana. Como seria viver de verdade?

A pintura destroi o artista. A poesia mata o poeta. O escritor rasga o livro."

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Catavento


"Passa o tempo, todo lento, cata vento. E mais um segundo morre no ar.
Corre vento, passa lento, sempre atento. Nao deixe aquele segundo seguinte escapar.
Feche os olhos e prenda o ar. Imagine um lugar sobre o luar a invejar a beleza imensa que vive no mar.
Visualize algo profundo e denso, claro e escuro, azul e cinza perdido ao olhar.
O formato nao parece estranho, eh como um daqueles relogios antigos de bolso que o seu avo costumava usar.
Maquinas do tempo, contadores de eventos, rapidos momentos  que vou recordar.
A musica de fundo voce tambem conhece. Relembre a infancia, seus dias de crianca e a cancao de ninar.
Isso tudo so descreve o cenario, eh apenas a base. Nao o evento principal. O lugar aonde se encontra, os segundos no relogio e o que voce carrega no seu bolso nao sao nada alem das linhas no caderno. Para ver a realidade deve se desfazer das fantasias, miragens bobagens tentando atrapalhar.
O que eu quero te mostrar eh algo azul e verde, marrom vermelho envolto a me olhar.
Sombreado com sombras escuras, envolvente cativa me perco ao pensar.
Me segue e eu sigo, misterioso e avido, estrela a queimar.
Chamas ardentes, paixao reluzente que brilha ao voar.
Tao recorrente, me perco na mente ao nao te encontrar. Perdido num mundo, perdido no tempo, me perdi ao sonhar.
Falo somente o que vejo na frente, descrevo a beleza de um dia passar.
O segundo que morre, o tempo congela, tao belo momento impossivel alterar.
O vento que sopra, que fecha a janela, que lembra a beleza que vi  na capela, seus olhos cinzelam o fogo de amar.
Eh so o comeco, o tempo que morre, o segundo que passa...acabou de passar."

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Seven Miles

Ja to cansado de pontes e montes, risos e fontes, certezas esqueiras que fogem pro mar..
Cheio das mentiras rasteiras, falsas certezas, suspiros sussuros que me roubam o ar..
Indignado amado voltado pro lado distante do lado de ca..
Perdido achado roubado desviado de todos os sonhos que ousei sonhar..
Queria ser amor e amar, virar samba batuque, ser cantado em voz alta pelo morro ecoar..
Ver e viver, saber e crescer, ser mais do que eu puder me tornar..
Correr atras do mundo, virar a pagina, entrar no seu livro, de felicidade chorar..

Mudar o conceito do certo e do errado, fazer uma rima, roubar seu olhar..
Mudar o passado, ver o futuro, trocar meu presente e um presente te dar..