quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Catavento


"Passa o tempo, todo lento, cata vento. E mais um segundo morre no ar.
Corre vento, passa lento, sempre atento. Nao deixe aquele segundo seguinte escapar.
Feche os olhos e prenda o ar. Imagine um lugar sobre o luar a invejar a beleza imensa que vive no mar.
Visualize algo profundo e denso, claro e escuro, azul e cinza perdido ao olhar.
O formato nao parece estranho, eh como um daqueles relogios antigos de bolso que o seu avo costumava usar.
Maquinas do tempo, contadores de eventos, rapidos momentos  que vou recordar.
A musica de fundo voce tambem conhece. Relembre a infancia, seus dias de crianca e a cancao de ninar.
Isso tudo so descreve o cenario, eh apenas a base. Nao o evento principal. O lugar aonde se encontra, os segundos no relogio e o que voce carrega no seu bolso nao sao nada alem das linhas no caderno. Para ver a realidade deve se desfazer das fantasias, miragens bobagens tentando atrapalhar.
O que eu quero te mostrar eh algo azul e verde, marrom vermelho envolto a me olhar.
Sombreado com sombras escuras, envolvente cativa me perco ao pensar.
Me segue e eu sigo, misterioso e avido, estrela a queimar.
Chamas ardentes, paixao reluzente que brilha ao voar.
Tao recorrente, me perco na mente ao nao te encontrar. Perdido num mundo, perdido no tempo, me perdi ao sonhar.
Falo somente o que vejo na frente, descrevo a beleza de um dia passar.
O segundo que morre, o tempo congela, tao belo momento impossivel alterar.
O vento que sopra, que fecha a janela, que lembra a beleza que vi  na capela, seus olhos cinzelam o fogo de amar.
Eh so o comeco, o tempo que morre, o segundo que passa...acabou de passar."